Textos para livro-reportagem v.02: Comidas paulistana (eBook)

Livro gratuito

Sinopse: Em São Paulo comemos pizza em casa e qualquer coisa na rua porque trabalhamos fora, para alimentar a ansiedade enquanto a metrópole nos engole ou porque trombamos com a comida em calçadas, vagões e cruzamentos de trânsito. Esta coletânea de reportagens e perfis serve pães, lanches, coxinhas, marmitex, baião de dois, preparados com e sem glúten, encontráveis nas padarias, empórios, feiras e em restaurantes caros, de regiões podres de ricas. Todos os ingredientes são fresquinhos, trazidos da rua; a massa de textos, sovada com empenho por 27 ingressantes em 2019 no curso de Jornalismo da Universidade de São Paulo (USP). Com temperos autorais, não abrem mão da marca pessoal ao assinarem seus pratos.

Orelha esquerda (versão impressa): Contemporânea ao conto de Mario de Andrade, continua saborosa a reportagem de 1945 de Joel Silveira sobre o casamento da filha do conde Francisco Matarazzo Junior.
O enlace, promovido como “a mais bela festa Brasil”, teve “26 jantares em residências particulares; oito recepções; dezesseis ceias no Jequiti e sete no Roof, não falando de uma série de pequenos incidentes mundanos: coquetéis, chás com torradas, encontros fortuitos, coisas assim.”
Anos depois, num especial sobre racismo, em 1968, a lendária revista Realidade pautou Sérgio de Souza para viver os dissabores da vida do negro pobre no Alabama. Em uma das raras reportagens do editor de texto, ele é aconselhado a não visitar certos lugares, pois “nos fins de semana à noite se bebe bastante e um branco bêbado, vendo um preto em seu restaurante, podia reagir da maneira mais violenta.”
Comidas de guerra, de Natal, servidas no casamento de brancos ricos ou ausente no prato de gente pobre fermentam relações sociais que, nesta coletânea, giram em torno da farta mesa paulistana, de inesgotáveis itens fumegantes na entrada deste terceiro milênio.

Orelha (versão impressa): Narrativas ancestrais, escritas ou orais, de incontáveis povos, têm a comida como elemento de ligação mágica, como nos poemas homéricos.
Na Ilíada e na Odisseia os guerreiros, reis e rainhas, gente comum e quem mais tem juízo, sacrifica aos deuses. E sacrifica muito: bois, cabras, porcos, aves, a gordura das carnes crepita nas brasas regadas com vinho e mel.
Nem Odisseu, herói multiastuto de Homero, dispensa as artes culinárias. No canto 15 da Odisseia, o carrasco de Troia enumera suas habilidades garantindo que nenhum mortal o equipara em “avivar o fogo, cozer, trinchar a carne, misturar o vinho”.
Séculos depois, o paulistaníssimo Mario de Andrade descreve a carne de um libertador peru de Natal como “fagueira entre os sabores das farofas e do presunto, de vez em quando ferida, inquietada e redesejada pela intervenção mais violenta da ameixa preta e o estorvo petulante dos pedacinhos de noz.”

Organizador: Marcos Zibordi

Descrição

Título: Textos para livro-reportagem v.02: Comidas paulistanas (eBook)
Formato: Digital (PDF) 14x21cm (eBook)
Tipografia textos: Minion Pro
Tipografia títulos: News706 BT
Capa e diagramação: Israel Dias de Oliveira
Ano de publicação: 2019
ISBN: 978-85-5869-064-5
Editora: Casa Flutuante
Organizador: Marcos Zibordi

Informação adicional

Dados do eBook

Arquivo em PDF editado em 14x21cm, 144ppi, Download disponibilizado gratuitamente pelo organizador

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